terça-feira, maio 30, 2006

segunda-feira, maio 29, 2006

Construção do "Tapui Resistência Aimberê": depois de séculos, ainda somos os mesmos índios que foram perseguidos, e os mesmos que resistiram...

quinta-feira, maio 25, 2006

Ardem no asfalto e as chamas levantam-se sobre os arranha-céus

Os símbolos e a história ardem no asfalto

Discurso de homenagem aos funcionários Getúlio e Juceli na cerimônia dos formandos da turma do 2º período de 2005, do curso de História - UFF

Hoje, trazemos a esta cerimônia pessoas que representam para nossas vidas, nesta academia, uma importância sem preço. Infelizmente, o que é sem preço, para muitos, aparece como sem valor; o que é essencial e insubstituível aparece como superficial e descartável. Muitos podem querer atribuir esta lamentável constatação a uma suposta falta importância presente numa suposta falta de qualificações da maioria dos funcionários que não usam o quadro negro para expressar seu valor (lembrando que os professores também são servidores públicos), mas, suponham o que for, de suposições nunca se fez a História e nelas, não pretendo perder tempo. Vim aqui para lembrar algo que não deveria precisar ser lembrado, de vez em quando, em ocasiões especiais,pois o valor humano é melhor celebrado no dia-a-dia, sem pompas, mas com afeto.


Esta homenagem poderia se revestir dos mais variados motivos para trazer a todos a importância destes companheiros. Ressaltar o papel fundamental que cumprem na manutenção do espaço físico e organização administrativa, para o pleno exercício de nossas atividades intelectuais talvez possa parecer óbvio aos detentores da boa razão, já que se trata de uma constatação que necessitaria apenas do funcionamento razoável de alguns de nossos cinco sentidos. Seria óbvio, não fosse a falta de outros sentidos que só a humanidade proporciona; falta esta que muitas vezes, obscurece o funcionamento até mesmo daqueles sentidos básicos, dos quais até nossos animais de estimação podem dispor.


Contudo, como já me dispuz a não falar do óbvio, não me prolongarei muito falando do atendimento atencioso na coordenação, das carteiras e mesas bem ordenadas, dos pisos impecavelmente limpos, ou dos vasos sanitários perfeitamente desinfetados. Da mesma forma, não dispensarei muito tempo com os papeizinhos e embalagens plásticas distribuídas pelos corredores, com as pontas de cigarro metodicamente pisoteadas naqueles pisos, também não vou me ater muito aos sofisticados intelectos, que, durante a infância, deixaram de lado a prática de pontaria em frente ao penico (estes, talvez, tenham preferido teorizar sobre o tema...). Não! Já estou me excedendo sobre estas coisas.


Indo ao que me parece mais relevante, chego à conclusão de que terminarei não falando dos homenageados tanto quanto se esperava. Tendo, porém, como objetivo dar toda a dimensão de sua grandeza, falarei do que representam enquanto membros desta sociedade, pois, quando falo deles, falo de milhões, milhões em ação! muitos sem pão... Milhões que não poderão se orgulhar de ver seus filhos nesta cerimônia. Milhões sem reação... muitos sem chão. Milhões que trabalham, que pagam impostos, que constroem em seus postos. São os que, dentre tudo que não lhes deixam ser, estão dispostos a ser alguém. Espero que algum dia estes milhões tenham orgulho do muito que são, sabendo que tudo isso a nossa volta depende deles... de nós todos. Da mesma forma, nossos pais devem ter orgulho do que construiremos, e não do luxo desta ocasião. Milhões e paixão! Muitos na ação! ... e que me salvem da seleção.


Faço uma saudação ao companheiro Getúlio e a companheira Juceli. Peço desculpas, pois a história de uma vida não cabe em alguns minutos de oração. Digo glória eterna ao povo brasileiro! Mas lembro a todos que a luta de um povo não cabe nem no maior salão. Este que vos fala tem consciência da fragilidade deste discurso, já que não passa de uma homenagem. Sei que poderá se perder no turbilhão de informações pelo qual navegamos (ou boiamos); mas um objetivo espero ter alcançado: que, nesta noite, estes verdadeiros agentes da história não serão esquecidos.


Muito obrigado e boa noite.

segunda-feira, maio 01, 2006

As placas oficiais celebram os acordos dos poderosos, enquanto os marginalizados acordam e se tornam poderosos