sexta-feira, julho 15, 2005

Paz no Céu

O suor evapora aos céus;
O sangue desce ao chão;
A adrenalina se espalha em brasas;
A chuva cai gélida a sedar.

De repente, nas veias,
O sangue estaciona, como vasa,
Que nas sarjetas corre
Ao encontro do mar.
A aranha sistemática tece a teia,
Onde o homem-mosca cai sem vacilar.

Enquanto a alma virtuosa,
No imaginário, se eleva,
Suja carcaça rola na realidade da selva;
Agrada a genância de porcos
Que querem farta ceia.
É boa vontade à luxúria dos deuses!

O Santo Padre, sorumbático,
Reza a paz,
Mas o chicote ali se camufla
E para ele, pesa mais.
Senhores desfilam com seus mantos nos céus
Às custas de nossa vulgar paz de papel.
Esta não resiste aos parasitas da sociedade;
e logo, de vítimas, nos tornamos réus.
Matamos as esperanças em nome da comodidade?
Ou poderíamos, aqui, ter liberdade?

Nos Tempos Pós-modernos,
Perdidos na névoa do incenso,
sacrificamos a vida com honra (diz o bom senso).
Esta é a realidade fera!
O sinal que, para todos, berra.
Diz a história:
Paz no Céu é Guerra na Terra.