terça-feira, julho 25, 2006

A mágica do dia

Numa centelha de tarde e angústia,
Eis o tutano protegido por metal lancinante.
É a armação reluzente e feroz!
E impregnada de borracha atlética e certeza.

Contido tudo está sob crosta
De piche venenoso e cascalho indiferente.

Mas nada diria que, nas entranhas
Da monstruosidade acidentalmente planejada,
Se dissemina o óleo definitivo,
bombeado por paredes de destino.

O sonho trágico é a mágica do dia.
Autofágico!
Quando uma visão triturada escorre
Pelo chão de paralelepípedos.

E perdida ainda não estava tal operação,
Até o Entendimento se dissolver
Num tanque de memórias dissecadas,
Carregadas pelos pássaros soberanos das sacadas.

Enquanto se banhou sem pressa,
O monstro se esquivava da promessa
Protegida entre dois pontos de malícia
E várias tetas de odores santos.